quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Dinâmica de um Blog de Catequese

Achei esse texto fantástico e quero partilhar para que fiquemos atentos a nossa proposta de evangelização. O texto é longo, mas vale a pena.

"Gostaria aqui de fazer um alerta a quem se propõe hoje, a ter um blog de catequese ou que defenda a Evangelização.
Neste terceiro milênio, muito longe se ser apenas uma ferramenta de comunicação, a internet ou web, tornou-se um “mundo” além do nosso cotidiano. É o mundo “virtual” onde vivem, quase que literalmente, muitas pessoas. Ali, ou “aqui” no caso, proliferam-se idéias, disseminam-se informações e criam-se novas “crenças” todos os dias. E o blog é apenas uma das formas de “fazer” parte deste mundo.

E esse mundo precisa ser “evangelizado”. As pessoas já não saem mais tanto de casa, já não se permitem tanto contato físico e relações de olho no olho. Além de que os internautas, normalmente, são pessoas que se encontram afastadas da religião e não freqüentam os templos. Quem quer evangelizar e levar o Projeto de Jesus ao mundo, precisa, portanto, estar na web.
Por permitir atualização rápida, ser de fácil utilização e interação com leitores; o blog vem sendo utilizado por muitos catequistas e outros agentes de pastoral para esse fim. É uma maneira muito eficiente de divulgar conteúdos, partilhar experiências e espalhar a mensagem cristã.
No entanto, o que tenho percebido ultimamente nos blogs de catequese, é que eles estão se afastando de seus objetivos primários. Hoje por exemplo, encontramos inúmeras associações entre blogueiros. Com os catequistas não poderia ser diferente. Claro que unindo-se é bem mais fácil divulgar conteúdos e disseminar os valores cristãos. Mas essa união está sendo desvirtuada. Não raro encontramos blogs cujo objetivo maior é angariar seguidores e aumentar o número de acessos. Para “ver o que”, não está importando muito.
Algumas associações não fazem outra coisa que não seja distribuir “selinhos” entre si e fazer promoção para aumentar o número de visitantes. Participando de um grupo por mais de seis meses, chega-se a um ponto em que já não há mais espaço no layout do blog para colocar tanto banner e selo. E o blog começa a ficar “poluído”. E os posts não falam de outra coisa que não seja “promoção” disso, divulgação daquilo. É selo pelo aumento de seguidores, selo pelo aumento de acessos, selo pelos aniversários, selo por selo, simplesmente.

Isso é evangelizar? Será que os leitores do blog querem saber dessas coisas?
Outra coisa que se observa, é que não há muita preocupação com o “conteúdo” dos posts e nem com a responsabilidade de se estar representando uma instituição cuja Tradição remonta há milênios. Se no meu perfil eu digo que sou “católica”, “catequista” e este blog é para “evangelização”; devo, primariamente, obedecer a essas diretrizes.

Se sou católica, meus conteúdos devem ser orientados pelas doutrinas e normas da minha Igreja. Se sou catequista devo, antes de tudo, ser exemplo e observar os documentos que orientam minha missão; se evangelizo, tenho o compromisso de buscar a Palavra de Deus, o Evangelho como orientação de minha conduta. Tem-se “copiado” e “colado” muita coisa da internet, de outros blogs, sem se verificar a fonte e, às vezes, nem o conteúdo! Onde está a criatividade? Da mesma forma que toda semana precisamos planejar e tornar os encontros de catequese melhores, precisamos tornar o espaço do blog atrativo, interessante e novo a cada dia!

Outra coisa: o que pensa um internauta ao acessar um blog de um catequista católico e imediatamente escutar música evangélica? Nada contra música evangélica. A música é uma forma de louvar a Deus. Eu escuto música evangélica. Mas se tivesse música de fundo em meu blog, ela seria católica. E textos sem a fonte ou a autoria? Se não sei eu digo e se duvido, eu pesquiso.
É preciso tomar cuidado também com sugestões de leitura, textos, sites, música, vídeos… A doutrina espírita, por exemplo, é muito parecida com a católica. A maioria dos espíritas, é cristã. Mas um católico NÃO ACREDITA EM REENCARNAÇÃO! Vai contra toda a base da doutrina católica, da RESSURREIÇÃO e da vida eterna. Textos católicos devem sempre referir-se aos NOSSOS VALORES E CRENÇAS! Assim como no ambão da Igreja, na internet, em nossas páginas, somos a voz da nossa Igreja.

Precisamos louvar a atitude de catequistas que, além de servir em suas paróquias, doando seu tempo, se propõe a estar todos os dias na internet divulgando o Projeto de Jesus. E eles têm autoridade para isso. Afinal, se tem o aval da Igreja para evangelizar em nossas paróquias e comunidades, podem perfeitamente fazê-lo na Web. E temos a felicidade de ver cada vez mais este espaço sendo tomado por agentes de nossa Igreja.
Só que, junto com todas as coisas boas que tem acontecido, tem se percebido a falta de formação e zelo de muitos catequistas. No afã de tomar a web e ocupar espaço, peca-se às vezes. Inúmeros blogs possuem um visual poluído, com excesso de imagens e cores berrantes; ferramentas desnecessárias; alguns com música evangélica de fundo; com textos de orientação espírita e outras coisas não recomendáveis.
Sem falar no sem número de promoções para aumentar o número de acessos e seguidores! Isso, sem dúvida, necessário quando se quer alcançar a todos com sua mensagem. Em qualquer tutorial para se aumentar o número de seguidores em um site encontramos a seguinte orientação: visite o maior número de espaços possível, deixe comentários e o seu endereço. Faça interação com outros sites, divulgue links e o seu será divulgado. Evidentemente que esse “comentário” tem que ser mais que um: “estive aqui, me visite também”.
No entanto percebemos que os blogs de catequese estão utilizando demais a distribuição de “selinhos”, comemorativos ou não. É uma espécie de “corrente”: quem recebe tem a obrigação de distribuí-lo a mais “x” pessoas e colocá-lo em sua página.
Se buscarmos a origem da distribuição de “selos”, veremos que “Selo” é algo que certifica, que dá qualidade. É uma marca de excelência na execução de uma determinada atividade. Não estou dizendo que os blogs não têm qualidade. Só estou dizendo que para “certificar” algo ou alguém, no mínimo, devemos ter “autoridade” para isso! Com que critérios se certifica a qualidade de alguma coisa? O que se deve saber ou, que experiência se precisa ter, para determinar se um blog tem ou não relevância na evangelização? E em prol da audiência, a distribuição de “selinhos” está substituindo a “mensagem” de Jesus Cristo!

Um apelo a todos os catequistas blogueiros: Preocupem-se mais com a “mensagem”; do que se estão ou não tendo mais seguidores. Preocupem-se com novas formas de evangelizar para atingir aqueles que estão afastados de Deus; do que se estão recebendo comentários. Gastem seu tempo criando dinâmicas, roteiros, métodos inovadores; e não “selinhos” de divulgação. Leiam com atenção tudo que encontrarem e assim saberão de que “doutrina” o texto está falando. Visitem outros espaços, deixem sim, comentários inteligentes mostrando que realmente leram o que está escrito. Divulguem aquilo que é bom, sugiram links que acrescentem à formação de outros catequistas. Usem esse novo areópago de evangelização, mas com critério.
E conversem, partilhem sempre, apóiem-se, elogiem as práticas vitoriosas, divulguem projetos, unam-se… E para isso a única regra é fazer ecoar a Palavra, estar imbuído dos melhores propósitos, fazer valer a presença do Espírito Santo de Deus em nós… não é necessário nenhum “selinho”."

Texto por: Angela Rocha
Colunista do Portal Católicos
http://catolicos.vialumina.com.br/index.php/a-dinamica-de-um-blog-de-catequese/

Um comentário:

Catequese Kids disse...

Excelente postagem! Merece sim divulgação... Vou postá-la em meu blog também!
A Angela é um exemplo catequético para todos nós!

Um forte abraço,
Layse